segunda-feira, 1 de setembro de 2014

7º ENCONTRO DA ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO DO CAMPO


Sábado, dia 30 de agosto, os professores do polo Pau dos Ferros/Especialização em Educação do Campo rumaram para o IFRN daquela cidade para mais um dia de intensos trabalhos. Na bagagem, várias incertezas, todas voltadas para os dois vieses da Educação do Campo:


  • Programa Saberes da Terra – ProJovem Campo
  • Especialização em Educação do Campo


Na chegada, a primeira parada é no restaurante, para um coffee Break. Em seguida, os professores se dirigem ao auditório da instituição e lá recebem as orientações, os comunicados e se dirigem, em seguida, para as salas de aula.

Desta vez, como havia muitas dúvidas com relação ao futuro do Programa e, também, da Especialização, a coordenadora Amélia Reis aproveitou a presença de todos para esclarecer alguns pontos e ouvir, dos professores, as suas dúvidas e interrogações.


Desta forma, boa parte da manhã do sábado foi para se ouvir os relatos sobre o documento enviado às DIREDs e as angústias e incertezas que ele causou aos profissionais que estão, como eles disseram, a menos de quatro meses do término do programa e, de repente se veem sem nenhuma expectativa de darem continuidade ao que ficou estabelecido em contrato assinado entre eles e a Secretaria de Educação.


Da parte da Especialização, segundo a coordenadora Amélia Reis, a instituição IFRN dará continuidade à Especialização em Educação do Campo, “mesmo porque os recursos foram todos repassados para a instituição e ela, desde que a cota mínima de alunos da Especialização continue, tem o compromisso de cumprir com o seu cronograma de atividades”.


Nos debates que se seguiram, os professores tiveram a oportunidade de socializarem suas posições, a posição de suas DIREDs, o que a interrupção do programa acarretaria para os seus alunos – e a própria comunidade onde ele está inserido – além de discutirem a questão primordial dos salários e bolsas atrasados, da ajuda de deslocamento para suas idas ao polo Pau dos Ferros e as medidas a serem tomadas para que o problema seja sanado.

O efeito da decisão tomada pela Secretaria de Educação já pode ser sentida neste sábado: dos 104 professores e técnicos inscritos no Curso de Pós-Graduação, apenas 45 compareceram ao 7º Encontro, muitos, relataram seus colegas, por falta de condições financeiras para se deslocarem de suas localidades até o local de estudos.

Após as discussões e alguns consensos, o 7º Encontro teve início com o vídeo “O Retorno do Território” com o intelectual e pensador Milton Santos.

RESUMO


O filme trata do processo de globalização com base no pensamento do geógrafo Milton Santos, que, por suas ideias e práticas, inspira o debate sobre a sociedade brasileira e a construção de um novo mundo.  

Milton Santos é um dos geógrafos e intelectuais mais conhecidos internacionalmente. E é brasileiro. Em “O Retorno do Território”, ele nos conscientiza de que convivemos com uma ideia de território que vem de herança da Modernidade incompleta e de seus conceitos puristas.

Para Milton Santos, é a utilização do território, e não o território per se, que faz dele problemática da reflexão social. A compreensão do território se torna, assim, essencial para se livrar do perigo da alienação, o perigo da perda da significação do existir individual e coletivo, o perigo de renúncia ao futuro. Para ilustrar tal tese, aborda temas tais como: local versus global, globalização, espaço banal, redes, verticalidade e horizontalidade, cosmopolitismo, transnacionalização, Modernidade incompleta, governo mundial: O FMI, o Banco Mundial, o GATT, as organizações internacionais, as Universidades mundiais, as Fundações que fomentam a pesquisa em nível global etc.

Milton Santos considera que, quando se refere a Mundo, está se referindo, principalmente, à noção de Mercado que perpassa tudo na contemporaneidade, inclusive a consciência dos indivíduos.

“O retorno do território” é um dos artigos em SANTOS, Milton et al (orgs). Território: globalização e fragmentação. 2. ed. São Paulo: HUCITEC, 1994. p. 15-20. O conjunto desses ensaios constitui a versão original ou superficialmente modificada de alguns dos trabalhos apresentados no Seminário Internacional ‘Território: Globalização e Fragmentação’, realizado de 28 a 30 de abril de 1993, sob a organização da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional e pelo Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo.

Fonte: 



FILA PARA O ALMOÇO...


Na parte da tarde, após o almoço, os professores se dirigiram às suas salas de aula, e lá, fizeram a análise do vídeo e discutiram, também, dois textos:

·         Geometrias não são Geografias: O Legado de Milton Santos

·         Direitos Humanos sob a Ótica da Territorialidade

SALA FELIPE E EDSON


SALA ABREU E MÁRCIO


As discussões sobre os dois textos, intercalando com o vídeo apresentado, suscitaram riquíssimas interpretações e foram catalogadas, depois da mediação feita pelos dois professores, como sendo valiosas para o entendimento da questão de pertencimento do indivíduo diante daquilo que se apresenta como sendo um direito universal: a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Foram discutidos e debatidos:

·         O discurso de esclarecimento e conscientização dos direitos
·         A criação de leis que impeçam os abusos
·         A fiscalização do cumprimento dessas leis
·         Os Direitos (sob a ótica ocidental)
·         Os desrespeitos (assassinos, genocídios)
·         As barbáries
·         A questão política
·         Os territórios
·         O poder econômico
·         A racionalidade do sistema
·         A história dos territórios através dos tempos
·         A globalização
·         O globalismo
·         As aldeias globais
·         Espaço
·         Sistema de objetos
·         Sistema de ações

Após o lanche da tarde, e de volta para as salas, os professores receberam as atividades do próximo encontro, que será dia 20 de setembro.


Na volta para casa, enquanto a brisa do final da tarde amainava o calor do semiárido daquela região da “tromba do elefante” e o sol escaldante, que agora ia se encobrindo por detrás da planície esperançosa – à espera da chuva salvadora de suas lavouras –, desse a energia necessária para que a sabedoria coletiva fosse a marca de suas decisões para um futuro melhor para o homem do campo, os professores rumavam para os seus territórios de origem...










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