Diante das dificuldades
observadas nos alunos das escolas estaduais de Ensino Médio em frequentar um
cursinho pré-vestibular, a 12ª Diretoria Regional de
Educação, Cultura e Desportos – DIRED, com
o apoio da SEEC e
do Governo do Estado do RN, resolveu implantar o cursinho preparatório para o
vestibular/ENEM.
Inicialmente idealizado pela Secretária de Estado da Educação e da cultura
professora Betania Ramalho, o cursinho pode ser considerado como uma estratégia
de ensino e aprendizagem que incentiva os alunos a permanecerem na escola e,
consequentemente, melhora os índices de aprovação. E os frutos desse sonho
tornado realidade já são colhidos em larga escala, numa proporção que chega, segundo
as coordenadoras Goretti Silva e Elizete Amorim, aos 70% de aprovação.
DIREITO NELES!
E foi com o intuito de
melhorar esse índice que Maria de Fátima Lopes da Silva, 18 anos, mossoroense,
aluna de escola pública do estado pertencente à Circunscrição da 12ª DIRED –
prof. Abel Freire Coelho, se matriculou no cursinho, no ano de 2014, para fazer
ENEM e PSV da UERN.
Se for para passar, o melhor
mesmo é com estilo: 1º lugar!
Embora não possa ser
considerada uma surpresa, para ela que estudou com afinco, e fez as suas
anotações de acordo com as metas definidas pelos professores em cada
disciplina, o 1º lugar em Direito (cotista) e 5º lugar no geral, para o 2ª
semestre 2015/UERN, o resultado premiou o esforço de, por exemplo, ir à escola
todas as tardes – enquanto havia o indicativo de greve e as aulas estavam
suspensas – e ficar na biblioteca revendo o material trabalhado no cursinho e
adicionando, ao seu conteúdo, as anotações feitas durante as explicações dadas
pelos professores.
Sobre o cursinho:
“Parabenizo os professores do
cursinho da 12ª DIRED pelo empenho, disposição e incentivo aos alunos que
participaram desta edição de 2014. Particularmente, aprendi muita coisa que jamais
tive oportunidade de aprender nos anos da escola básica. É claro que o ensino
básico me deu o embasamento, o conhecimento de me permitir absorver esta forma
dinâmica e objetiva que são as aulas do cursinho”, disse.
“Além disso, o material
disponibilizado, a infraestrutura montada e a excelência de seus professores... tudo isso colaborou para que os objetivos fossem alcançados. Quero agradecer à
12ª DIRED, na pessoa de sua diretora, a professora Magali Delfino, a
oportunidade que eu tive – e que foi estendida aos outros 160 alunos
participantes – de poder me dedicar com afinco àquilo que eu mais queria:
passar no vestibular. E quero agradecer às coordenadoras Goretti Silva e
Elizete Amorim pela atenção e compromisso de nos fazer apenas nos preocuparmos
em estudarmos. Foi essencial esta logística”, completou.
O vestibular:
“Fui confiante fazer as
provas, sem a pressão de estar entrando em algo totalmente desconhecido. E aí outro
ponto positivo na equipe do cursinho da 12ª DIRED: o repasse de confiança para
todos nós. A todo o momento os professores e as coordenadoras estavam nos
transmitindo confiança naquilo que queríamos e nos mostrando que o caminho mais
difícil era o de vir estudar, aos sábados, no cursinho. Eles nos diziam se a
parte mais difícil era estudar antes; então, a parte mais fácil seria fazer o
vestibular depois, pois capacitados estávamos para isto”, explicou.
“E foi assim mesmo, sem falsa
modéstia. Quando eu abri o caderno de provas, percebi que sabia o seu conteúdo
e, consequentemente, estava preparada para resolver suas questões. Entretanto, erros
primários acontecem e, talvez pelo excesso de confiança, cometi alguns,
principalmente na transcrição do caderno para o gabarito. Credito isso à
pressa e à ansiedade de já começar a vislumbrar um resultado positivo”,
arrazoou.
Coordenadoras Elizete Amorim e Goretti Silva ao lado de Maria de Fátima |
“Estava em casa, com o rádio
ligado e ouvindo o resultado. Quando ouvi o meu nome não quis acreditar, ainda
mais com a classificação que alcancei. Foi preciso, para acreditar, reconferir e,
mais ainda: os amigos ligarem ou virem à minha casa para me parabenizarem”,
confessou.
Os planos:
“Continuar com o objetivo de
estudar cada vez mais e procurar, dentro da Faculdade de Direito, especializar-me para ser, no futuro, uma profissional capacitada e ciente do
meu papel dentro da sociedade. Quero retribuir, um dia, o que fizeram por mim”,
falou.
MEDICINA NA CABEÇA!
Bruno Maximiliano Filgueira de
Melo, 19 anos, mossoroense, ex-aluno do Abel Freire Coelho, demorou um pouco
mais para alcançar o seu objetivo dentro do cursinho. Em 2012 ele fez
vestibular, mas não conseguiu êxito ao pleitear uma vaga para a Faculdade de
Medicina da UERN. Viu que o caminho era espinhoso, principalmente para quem
não dispunha de recursos para frequentar um cursinho particular. De origem
humilde, morando com seus avôs, cuja renda familiar provinha da aposentadoria
de ambos, a alternativa para conseguir realizar o seu sonho foi o de estudar
cada vez mais e ingressar no cursinho que a 12ª DIRED estava disponibilizando.
Aluno aplicado, consciente de
que o caminho para uma vaga passava pela sua dedicação total aos estudos, ele
não mediu esforços para alcançar seus objetivos: estudava dobrado,
relegando a segundo plano a sua parcela de tempo destinada ao lazer e descanso. Porém, no primeiro ano que fez o cursinho, apenas por
três questões deixou de entrar na tão sonhada faculdade.
Este segundo revés poderia
diminuir o seu ímpeto, a sua vontade de concretizar um objetivo já traçado bem
antes de terminar o ensino médio. Poderia, mas não foi suficiente para esmorecer um
rapaz que estava empenhado em alcançar seus objetivos.
Diante do revés, ele foi
obrigado a pedir à diretora da 12ª DIRED que lhe deixasse assistir, como
ouvinte, às aulas do cursinho do ano de 2014. A professora Magali Delfino e as
coordenadoras Goretti Silva e Elizete Amorim, sabedoras do esforço pessoal,
dedicação e compromisso do rapaz, não fizeram nenhuma objeção, embora tivessem
que abrir exceção, pois o cursinho é oferecido apenas para alunos do ensino
médio regular, do 3º ano, dentro do ano em que as provas são realizadas. Depois, abre-se uma nova turma para o ano seguinte.
Elizete e Goretti: coordenadoras do cursinho. Bruno, o fruto |
Buscar alternativas: os
caminhos de Bruno.
Ainda que o foco estivesse
voltado para o vestibular de Medicina, Bruno buscou, dentro de suas
possibilidades, alargar suas chances concorrendo em melhores condições com os
outros candidatos. Para isso, ele procurou várias alternativas: primeiro
procurou fazer um ensino médio profissionalizante somente para ter acesso a um
cursinho particular de graça, pois, segundo ficara sabendo, em se matriculando
no ensino médio profissionalizante – e sendo destaque dentro do curso – a direção
do mesmo, sabendo do seu interesse, dar-lhe-ia uma bolsa para que ele o
frequentasse. Ledo engano! Até hoje, mesmo tendo ido falar com os responsáveis,
está esperando uma resposta dos mesmos.
Contudo, ele não desistiu.
Conseguiu falar com outro cursinho e, embora o responsável não tenha lhe dado a
isenção da mensalidade, cortou-a pela metade. Mas a metade ainda era muito cara
para ele. Acabou por desistir no primeiro mês.
O cursinho da 12ª dired como
canal facilitador
“Embora eu tivesse consciência
de que, mais cedo ou mais tarde, alcançaria os meus objetivos, a cobrança a
partir de dois insucessos acaba por se tornar realidade. E comigo não foi
diferente. Passei a me cobrar mais e refletir sobre os porquês desses
insucessos, já que o conteúdo estava revisado, as anotações feitas, livros e
cadernos ‘devorados’ sistematicamente, sem contar que a minha autoconfiança
nunca deixou de me acompanhar. Pelo contrário: a cada revés sofrido aumentava
ainda mais a minha vontade de reverter aquela situação”, confidenciou.
Bruno passou então a focar
seus objetivos apenas em um lugar: o cursinho da 12ª DIRED. Passou a ver que os
professores que ele tanto buscava lá fora, nos cursinhos particulares, eram os
mesmos que ele tinha ao seu alcance dentro da instituição que frequentava.
Percebeu que o material disponibilizado era de excelente qualidade, que havia
segurança, alimentação, toda uma infraestrutura montada para que ele apenas
tivesse o trabalho de estudar e alcançar, no seu final, a meta planejada.
“Agradeço demais à professora
Magali Delfino, às coordenadoras Goretti Silva e Elizete Amorim, ao seu Jorge –
que nos dava apoio e segurança, à professora Betania Ramalho que idealizou esse
projeto vitorioso”, agradeceu.
E a vitória veio. Veio em
forma de um 4º lugar em Medicina/UERN. Veio quando a pressão se fazia mais
presente ainda; diante das dificuldades financeiras de sua família. Mais um
revés significava adiar o sonho de ser um zelador de vidas e ir à procura de um
trabalho para poder ajudar no orçamento familiar.
Curiosidade:
1 – Bruno e Maria são primos,
moram na mesma casa, compartilham (e compartilharam) das mesmas dificuldades e
juntos alcançaram seus objetivos.
O reforço didático reconhecido |
2 – As notas de Bruno e Maria dariam para eles entrarem em qualquer curso promovido pela UERN.
Goretti, Maria de Fátima, Bruno e Elizete Amorim |
3 – Bruno ainda prestou
vestibular na UFPE. O resultado ainda não saiu.
NOTA DA 12ª DIRED:
A TCM - Canal 10 - esteve na Diretoria Regional de Educação e entrevistou sua diretora (Magali Delfino) e os alunos Maria de Fátima e Bruno Maximiliano. Abaixo, o vídeo da entrevista:
O jornal Gazeta do Oeste também entrevistou os aprovados no PSV da UERN e estampou, em suas páginas, o feito desses dois dedicados alunos, que servem de exemplo para os colegas que se matricularem no ano de 2015 - pagina dois (2), caderno Mossoró:
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