Dia 13 de dezembro, Dia
de Santa Luzia – padroeira de vários municípios do Rio Grande do Norte – dentre
eles a cidade de Mossoró. Neste dia abençoado, que amanheceu sereno com os
raios saindo timidamente no horizonte, os professores da Serra do Mel/RN empreenderam viagem para a cidade de Pau dos Ferros, distante cerca de 200 quilômetros
de onde eles estavam. No caminho, infelizmente, a falta de chuva durante o
período de inverno se fez notar nas localidades por onde o carro
obrigatoriamente teve que passar. O quadro é um misto de terras secas alternado
com pouquíssimo verde – onde ainda resta um pouco de água nos barreiros – que,
em épocas de estiagem, servem como se fossem barragens e açudes para o
nordestino sertanejo. Neste quadro tímido, os bovinos e equinos pastam, preguiçosamente,
na selva seca, ruminando o pouco que comeram no dia anterior com o pouco que
ainda resta onde são deixados. Os caprinos e ovinos tentam escalar os aclives existentes
nas propriedades em busca de uma relva e vegetais mais apetitosos, enquanto que
suínos procuram um pouco de água e terra para se banharem e as aves ciscam à
procura de insetos e larvas. O caminho, embora sofrido aos olhos de quem
conhece o drama da estiagem, carrega esperança nas áreas onde projetos de
irrigação (com a perfuração de poços profundos) foram implantados.
É neste quadro singelo
que os professores cruzam uma boa parte do semiárido potiguar e desembocam na “Tromba
do Elefante” riograndense, precisamente, no Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia do Rio Grande do Norte – polo Pau dos Ferros. A primeira parada,
como sempre, é no refeitório da instituição. Lá é servido um café da manhã que
abastece corpo e mente até o meio-dia de cada sábado de aula.
Em seguida, é a
acolhida que é feita no auditório. Desta vez, o município que ficou responsável
foi Cel. João Pessoa. Os professores e técnicos distribuíram o “Kit da Felicidade” e fizeram uma apresentação em
forma de mensagem de Natal e Ano Novo.
Logo após, os
professores Luciano Dutra, Felipe Morais e a coordenadora Amélia Reis falaram,
respectivamente, sobre os trabalhos pela manhã nas salas de aula (com a
apresentação dos pré-projetos), os encaminhamentos do dia e sobre TCC, orientações,
uso da biblioteca e acessibilidade em alguns municípios onde tem uma unidade do
IF.
As Salas
Sala Luciano Dutra e
Abreu Neto
Sala Márcio, Felipe
Morais e Edson Filho
Apresentação das
propostas...
Pau dos Ferros 1:
Agricultura Familiar
Água Nova 1:
Território,
territorialidade e desenvolvimento: uma abordagem do processo de resistência e
transformação nos 51 anos da história política de Água Nova/RN
Pau dos Ferros 2:
Sistemas de produção da
agricultura familiar: identificando na comunidade do Perímetro Irrigado
Serra do Mel 1:
A vida produtiva dos
alunos do ProJovem Campo – Saberes da Terra
Pau dos Ferros 3:
Economia solidária: uma
nova perspectiva econômica para as famílias da comunidade do Perímetro Irrigado
São Francisco do Oeste
1:
Agricultura familiar no
Sítio Arapuá: desafios e perspectivas
São Francisco do Oeste
2:
Empreendedorismo rural na comunidade do Sítio Arapuá
São Francisco do Oeste 3:
Educação do campo nas séries iniciais do Ensino fundamental nas escolas rurais do Sítio Arapuá
Pau dos Ferros 4:
O jovem rural no
contexto da agricultura familiar: um olhar para o futuro do Sítio Engenho em
Francisco Dantas
Janduís:
Produção agro ecológica
versus impacto socioeconômico: uma análise na comunidade de Permissão
Pau dos Ferros 5:
Sistema de produção
apícola na comunidade do perímetro Irrigado: como se deu a produção de mel nos
últimos anos de seca na comunidade do Perímetro Irrigado
Serra do Mel 2:
Economia solidária nas
vilas Ceará e Paraíba
Martins:
Os impactos causados
pelos grandes empreendimentos na comunidade do Sítio Canto (agricultura familiar
e a forma de produção do Sítio Canto)
Luiz Gomes:
Mandioca: uma
alternativa para a economia familiar no município de Luiz Gomes
Almoço...
Água Nova 2:
A educação como meio de
fortalecimento da identidade de homem do campo: um estudo de caso na comunidade
de Serra das Almas
Portalegre:
Benefício dos projetos
P1 + P2 na comunidade de Quilombola do Sobrado
Riacho
de Santana:
Ler o mundo,
interpretar o cotidiano e produzir textos: códigos e linguagens na educação do
campo da turma Sol e Lua
Após a apresentação dos
pré-projetos, os professores e técnicos se dirigiram para o auditório e, lá,
todos foram convidados a subirem ao palco e, sem verem o que os seus companheiros,
dos dois lados, estavam fazendo, criar em desenho, ou em poucas palavras, qual a
sua imagem de infância.
Enquanto os professores
e técnicos desenhavam em uma folha e/ou escreviam o que estavam “imaginando”, o
professor Felipe Morais recitava versos de Drummond e Manoel de Barros sobre a infância.
Para dar mais motivação aos professores e técnicos e ênfase às imagens transportadas de suas mentes para os papéis-jornais, o
professor Felipe colocou, em áudio, o som de Tom Jobim, cantando/declamando versos
sobre o Tejo. No final, a socialização...
Repasses para o próximo encontro: 24/01/15...
Lanche...
Outras imagens...
O mais novo "saberiano" da turma
O descanso do guerreiro |
Na volta, enquanto os
fogos de artifício pipocavam nos céus dos municípios onde Santa Luzia é
padroeira, os professores faziam o percurso daquela que é considerada a terra
de Santa Luzia: Mossoró.
Um comentário:
Parabéns, Raimundo. Para nós, profissionais do campus Pau dos Ferros, foi um prazer a oferta de um curso que tantas novas experiências tem nos proporcionado.
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