quarta-feira, 25 de março de 2015

1º ENCONTRO DE FORMAÇÃO DO ENSINO RELIGIOSO

As técnicas Socorro Gurgel e...
As técnicas encarregadas do Ensino Religioso na 12ª DIREC, Socorro Rebouças e Socorro Gurgel, reuniram-se, hoje, dia 25/03, com os supervisores de 1º ao 5º anos e professores de 6º ao 9º anos, no auditório da entidade, para o 1º Encontro de Formação, dando prosseguimento à capacitação continuada do Ensino Religioso.
... Socorro Rebouças...
O objetivo da formação é o de possibilitar, aos professores do Ensino Religioso – de 6º ao 9º anos – e aos supervisores de 1º ao 5º anos, uma formação continuada, conforme os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacional) do Ensino Religioso, destacando os eixos temáticos com enfoque no Eixo Ethos.
... como formadoras do 1º Encontro da Capacitação Continuada
O encontro foi aberto, oficialmente, pela diretora Rina Márcia, que deu as boas-vindas aos participantes e falou sobre a importância do Ensino Religioso, no contexto didático, ensejando as práticas voltadas para o bom costume, a família e a sociedade.
Rina Márcia - diretora da 12ª DIREC... (fotos: Fátima Azevedo)
... na sua fala de boas-vindas, ao lado da técnica Socorro Rebouças (fotos: Fátima Azevedo)
Na pauta, após a fala da diretora, as técnicas elencaram os assuntos a serem tratados durante o dia de formação (das 08h30min às 11h30min – das 13h00min às 16h30min):

            Reflexão inicial:

            Hino CF/2015 – contextualização:

            Apresentação das diretrizes do Ensino Religioso:

            Aprofundamento do Ensino Religioso a partir das leis do ensino:

            Reflexão dos conteúdos do Ensino Religioso enfocando o tema:
                        Sociedade – Ethos

            Abordagem da Campanha da Fraternidade – CF/2015

            Encerramento:
                        Acertos,
                        Agendamento dos planejamentos e monitoramento dos trabalhos

NOTA DA 12ª DIREC:

EIXO 4: ETHOS
Sociedade

O ser humano é um projeto em constante movimento e inacabado, “o objeto da Ética é a ação humana. O homem age porque é carente, necessitado, incompleto”. A fonte do ato ético é a liberdade com responsabilidade. Segundo Santos, a característica humana tem na sua essencialidade a interação. “O ser humano é essencialmente incompleto”. A insatisfação, ou seja, a busca da satisfação conduz o homem a estar sempre em movimento, buscando essa meta inalcançável. “A necessidade de complementação é parte congênita da natureza humana”. Essa capacidade humana chama-se de “impulso de atualização de si”. É na constante busca pela satisfação e a negação das ‘coisas atuais’ que crescemos. “Por isso, sempre que agimos, estamos em busca de suprir nossas carências, necessidades sentidas, a nível biológico, social e transcendental, os três componentes primários geradores de toda a atividade humana”. 

Esta concepção que caracteriza o homem como ser incompleto se fundamenta na ideia de que estamos em constante busca pela felicidade. Ao buscar a felicidade o homem constrói meios que facilitam sua existência, tanto na condição individual como em grupo, criando assim a cultura. Para Fábio Comparato (2006) é na busca da felicidade que se encontra o nosso próprio destino. Alcançar a plena felicidade é o bem mais valioso. Ao se falar da ética se refere à felicidade e deve ser compreendida como o esforço orientado no sentido de investigar o bem ou o mal, para se chegar ao objetivo.

Santos (2004) apresenta uma classificação para as ações humanas, dividindo-as em dois grupos: atividades julgadas como ‘melhores’ e ‘piores’. Tal julgamento se referencia pela noção de justiça. Segundo Santos, toda ação é justa ou injusta de acordo com as consequências das mesmas, é justa quando distribui o bem de maneira satisfatória, é má, quando esse bem é distribuído de maneira insatisfatória. Dessa forma, Santos oferece a explicação sociológica do surgimento e da necessidade da criação da ‘moral’ nas sociedades humanas.

Moral é um conjunto de hábitos e costumes, efetivamente vivenciados por um grupo humano. Nas culturas dos grupos humanos estão presentes hábitos e costumes considerados válidos, porque bons, porque justos; justos, porque contribuem para a realização dos indivíduos.

O fato é que, a questão do ‘bem’ para o homem é relativo e varia de cultura para cultura. “A moral e a lei são instrumentos auxiliares da realização individual, limitados à dimensão de verdade de que certo grupo é histórica e socialmente portador”, Santos, dentro desse contexto, adverte que a “Ética é a reflexão sobre a ação humana, para extrair dela o conjunto excelente de ações”. Porém as verdades e valores são de natureza relativa, isto é, a noção de ‘bem’ e de ‘verdade’ depende da cultura e do contexto onde o fato esta inserido.

Portanto, a Ética é um sistema lógico do pensamento, que tem por fundamento o ‘objeto’ e a ‘lei’, esses pressupostos fazem parte do referencial da vida humana. A Ética tem como meta a conquista da excelência. O termo Ethos é de origem grega – caráter, ânimo, decisão. A Ética sugere direitos e deveres. A moral do homem se forma pela ética.

Em Fábio Comparato a ética tem um sentido bem largo e abrange os sistemas de campos distintos como a religião a moral e o direito. No mundo antigo era praticamente impossível separar, distinguir e “opor entre si estas três esferas de regulação do comportamento humano”. Ao contrário na época moderna em que tais campos são distintos.

Os Parâmetros Curriculares Nacional do Ensino Religioso nos indicam que, “Ethos é a forma interior da moral humana, isto é, além de normas, preceitos ou proibições”, cuja função é desmascarar e ponderar as falsas realizações não autênticas da realidade humana e [...] projetar e configurar o ideal normativo.

A sociedade contemporânea é marcada pela paulatina dissolução dos sistemas tradicionais de convenções éticas. Como consequência, surge um modelo de pluralidade moral, como resposta moderna ao legalismo e imposição de deveres morais baseada na mistura da doutrina cristã e dos pressupostos aristotélicos. Em suma, com a modernidade, a ética mudou sua referência de submissão, dos poderes às leis divinas para uma ética de submissão aos poderes constituídos.

Segundo Rampazzo, a ética se atribui o comportamento correto do ser humano, segundo o enfoque da moral. Tal comportamento deve se expandir para toda a dimensão da vida, inclusive a socioeconômica. Para ele a ética deveria se sobrepor às questões econômicas e nunca ao contrário.

A organização da economia mundial se baseia nas duas ideologias: socialismo científico e liberalismo clássico. No primeiro modelo foi entendido erroneamente que só com as mudanças nas estruturas sociais, se conseguiria vem os males da sociedade, sem uma preocupação focada na transformação do ethos dos indivíduos. No segundo modelo, nem a Ética nem o Estado devem interferir na relação do jogo de mercado entre capital e trabalho. Os dois modelos rejeitaram a ética como elemento formador do indivíduo e relevante para a organização socioeconômica.

O homem ser essencialmente social se utiliza da comunicação como parte integrante da interação entre os seus pares. “[...] comunicação exige um equilíbrio entre o dever de justiça, de manifestar a verdade e o dever de respeito ao próximo, que implica a descrição, e às vezes, o segredo”. Essa postura exige a prática da honestidade e a discrição. 


           

Nenhum comentário: