As técnicas Socorro Gurgel e... |
As técnicas
encarregadas do Ensino Religioso na 12ª DIREC, Socorro
Rebouças e Socorro Gurgel, reuniram-se, hoje, dia 25/03, com os supervisores de
1º ao 5º anos e professores de 6º ao 9º anos, no auditório da entidade, para o
1º Encontro de Formação, dando prosseguimento à capacitação continuada do Ensino Religioso.
... Socorro Rebouças... |
O objetivo da formação
é o de possibilitar, aos professores do Ensino Religioso – de 6º ao 9º anos – e aos
supervisores de 1º ao 5º anos, uma formação continuada, conforme os PCNs
(Parâmetros Curriculares Nacional) do Ensino Religioso, destacando os eixos
temáticos com enfoque no Eixo Ethos.
... como formadoras do 1º Encontro da Capacitação Continuada |
O encontro foi aberto,
oficialmente, pela diretora Rina Márcia, que deu as boas-vindas aos
participantes e falou sobre a importância do Ensino Religioso, no contexto
didático, ensejando as práticas voltadas para o bom costume, a família e a
sociedade.
Rina Márcia - diretora da 12ª DIREC... (fotos: Fátima Azevedo) |
... na sua fala de boas-vindas, ao lado da técnica Socorro Rebouças (fotos: Fátima Azevedo) |
Na pauta, após a fala
da diretora, as técnicas elencaram os assuntos a serem tratados durante o dia
de formação (das 08h30min às 11h30min – das 13h00min às 16h30min):
Reflexão inicial:
Hino CF/2015 – contextualização:
Apresentação
das diretrizes do Ensino Religioso:
Aprofundamento do Ensino Religioso a partir das leis do
ensino:
Reflexão dos conteúdos do Ensino Religioso enfocando o
tema:
Sociedade – Ethos
Abordagem da Campanha da Fraternidade – CF/2015
Encerramento:
Acertos,
Agendamento dos planejamentos e monitoramento
dos trabalhos
NOTA
DA 12ª DIREC:
EIXO
4: ETHOS
Sociedade
O ser humano é um
projeto em constante movimento e inacabado, “o objeto da Ética é a ação humana.
O homem age porque é carente, necessitado, incompleto”. A fonte do ato ético é
a liberdade com responsabilidade. Segundo Santos, a característica humana tem na
sua essencialidade a interação. “O ser humano é essencialmente incompleto”. A
insatisfação, ou seja, a busca da satisfação conduz o homem a estar sempre em
movimento, buscando essa meta inalcançável. “A necessidade de complementação é
parte congênita da natureza humana”. Essa capacidade humana chama-se de
“impulso de atualização de si”. É na constante busca pela satisfação e a
negação das ‘coisas atuais’ que crescemos. “Por isso, sempre que agimos,
estamos em busca de suprir nossas carências, necessidades sentidas, a nível
biológico, social e transcendental, os três componentes primários geradores de
toda a atividade humana”.
Esta concepção que
caracteriza o homem como ser incompleto se fundamenta na ideia de que estamos
em constante busca pela felicidade. Ao buscar a felicidade o homem constrói
meios que facilitam sua existência, tanto na condição individual como em grupo,
criando assim a cultura. Para Fábio Comparato (2006) é na busca da felicidade
que se encontra o nosso próprio destino. Alcançar a plena felicidade é o bem
mais valioso. Ao se falar da ética se refere à felicidade e deve ser
compreendida como o esforço orientado no sentido de investigar o bem ou o mal,
para se chegar ao objetivo.
Santos (2004) apresenta
uma classificação para as ações humanas, dividindo-as em dois grupos:
atividades julgadas como ‘melhores’ e ‘piores’. Tal julgamento se referencia
pela noção de justiça. Segundo Santos, toda ação é justa ou injusta de acordo
com as consequências das mesmas, é justa quando distribui o bem de maneira satisfatória,
é má, quando esse bem é distribuído de maneira insatisfatória. Dessa forma, Santos oferece a explicação sociológica do surgimento e da necessidade da
criação da ‘moral’ nas sociedades humanas.
Moral é um conjunto de
hábitos e costumes, efetivamente vivenciados por um grupo humano. Nas culturas
dos grupos humanos estão presentes hábitos e costumes considerados válidos,
porque bons, porque justos; justos, porque contribuem para a realização dos
indivíduos.
O fato é que, a questão
do ‘bem’ para o homem é relativo e varia de cultura para cultura. “A moral e a
lei são instrumentos auxiliares da realização individual, limitados à dimensão
de verdade de que certo grupo é histórica e socialmente portador”, Santos,
dentro desse contexto, adverte que a “Ética é a reflexão sobre a ação humana,
para extrair dela o conjunto excelente de ações”. Porém as verdades e valores
são de natureza relativa, isto é, a noção de ‘bem’ e de ‘verdade’ depende da
cultura e do contexto onde o fato esta inserido.
Portanto, a Ética é um
sistema lógico do pensamento, que tem por fundamento o ‘objeto’ e a ‘lei’,
esses pressupostos fazem parte do referencial da vida humana. A Ética tem como
meta a conquista da excelência. O termo Ethos é de origem grega –
caráter, ânimo, decisão. A Ética sugere direitos e deveres. A moral do homem se
forma pela ética.
Em Fábio Comparato a
ética tem um sentido bem largo e abrange os sistemas de campos distintos como a
religião a moral e o direito. No mundo antigo era praticamente impossível
separar, distinguir e “opor entre si estas três esferas de regulação do
comportamento humano”. Ao contrário na época moderna em que tais campos são
distintos.
Os Parâmetros
Curriculares Nacional do Ensino Religioso nos indicam que, “Ethos é a
forma interior da moral humana, isto é, além de normas, preceitos ou
proibições”, cuja função é desmascarar e ponderar as falsas realizações não
autênticas da realidade humana e [...] projetar e configurar o ideal normativo.
A sociedade
contemporânea é marcada pela paulatina dissolução dos sistemas tradicionais de
convenções éticas. Como consequência, surge um modelo de pluralidade
moral, como resposta moderna ao legalismo e imposição de deveres morais baseada
na mistura da doutrina cristã e dos pressupostos aristotélicos. Em suma, com a
modernidade, a ética mudou sua referência de submissão, dos poderes às leis
divinas para uma ética de submissão aos poderes constituídos.
Segundo Rampazzo, a
ética se atribui o comportamento correto do ser humano, segundo o enfoque da
moral. Tal comportamento deve se expandir para toda a dimensão da vida,
inclusive a socioeconômica. Para ele a ética deveria se sobrepor às questões
econômicas e nunca ao contrário.
A organização da
economia mundial se baseia nas duas ideologias: socialismo científico e
liberalismo clássico. No primeiro modelo foi entendido erroneamente que só com
as mudanças nas estruturas sociais, se conseguiria vem os males da sociedade,
sem uma preocupação focada na transformação do ethos dos indivíduos.
No segundo modelo, nem a Ética nem o Estado devem interferir na relação do jogo
de mercado entre capital e trabalho. Os dois modelos rejeitaram a ética como
elemento formador do indivíduo e relevante para a organização socioeconômica.
O homem ser
essencialmente social se utiliza da comunicação como parte integrante da
interação entre os seus pares. “[...] comunicação exige um equilíbrio entre o
dever de justiça, de manifestar a verdade e o dever de respeito ao próximo, que
implica a descrição, e às vezes, o segredo”. Essa postura exige a prática da
honestidade e a discrição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário