A tarde se desenhava
faceira e do céu que a vista alcançava as nuvens carregadas do precioso líquido
da vida sinalizavam que brevemente molhariam a terra daquele pedaço de chão. No
interior do Centro Regional de Educação Especial de Mossoró, popularmente
conhecido como CREE-MOS, as mães dos alunos ali matriculados (e assistidos) se
preparavam para serem homenageadas pelo seu dia.
Ao fundo, o excelente cantor
da noite entoava, com o seu violão, cantigas alegres e voltadas para as
homenageadas.
Depois que todos tinham
chegado e se acomodado, o cantor deu uma pausa para que o cerimonial
assumisse os trabalhos de condução da programação do Dia das Mães.
Teresa, nome primeiro
da gestora da instituição, foi convidada a abrir o evento. Ao seu lado, a diretora
Rina Márcia, da 12ª DIRED. Juntas, elas falaram aos presentes aquilo que só as mães sabem dizer sobre o que é ser mãe.
A diretora Rina Márcia lembrou que as conquistas vêm sempre
acompanhadas, antes de tudo, de nossa luta na defesa daquilo que desejamos alcançar. E fez referência a ser mãe e, principalmente, a ser avó, que, segundo
ela, é ser mãe duas vezes. É sim.
Vanda Maria – coordenadora da Educação Especial da 12ª DIRED – estava presente e
falou, também, às mães homenageadas. Falou como coordenadora e mãe. Uniu os
anseios e propagou o sentimento de luta, união e dedicação àqueles que estão
conquistando, a cada dia que passa, o seu lugar no que se chama de inclusão
social. Todos ali estão imbuídos dos mesmos ideais.
Em seguida, com o tema “de mãe para mãe”, a professora Marta
Cristina Maia – que tem deficiência física – falou para as mães
presentes. Emocionou. Em sua fala, todas as dificuldades do seu dia a dia, além
das provações de saúde, suas e de seu filho, e da determinação para vencer todas
elas. E ela, como num passe de mágica, foi se transformando em mil mulheres,
mil mães e mil professores. Cada uma delas com o desejo expresso de transmitir
o que de melhor há nas mulheres, nas professoras e nas mães: amor. Simples assim:
amor.
Parecia que estava programado: nesta hora, o céu derramou suas lágrimas,
em forma de chuva. O frescor dos pingos trazidos pela brisa que entrava por
entre as frestas dos cobogós resfriou o ambiente e fez, ao mesmo tempo, com que
todos, ali presentes, procurassem se aproximar mais uns dos outros. Como numa
dinâmica, cada um se “aconchegou” ao outro e, lado a lado, eles puderam sentir que,
na troca de gentilezas (cada um cedendo um pouquinho para caber o outro),
parcerias são multiplicadas e os resultados obtidos mais facilmente.
Mas ainda faltava a participação das mães, as grandes homenageadas, e
elas não se privaram de comemorar descontraidamente o seu dia. Convocadas,
elas se “soltaram” nos desfiles. Tinha para todos os gostos: miss simpatia, miss
beleza, miss dançante, miss... E elas deram um show! Participaram e ganharam
faixas e brindes. De todos os tipos. Porém, o mais importante, para cada uma
delas, foi transformar tristeza em alegria; sofrimento em felicidade; dor em
prazer. E o sentido disso tudo estava no rosto de cada uma.
Mas, mãe que é mãe, é mãe em todos os sentidos. E elas, todas elas, mais
do que ninguém, representam, valorosamente, todas as mães, de todas as outras
instituições de ensino. Sim, os seus cuidados para com as suas crias são em
dobro. Elas se desdobram, multiplicam-se e se sacrificam para acompanhar os
seus filhos, em seus dias especiais. Por isso, elas são especiais.
E foi diante dessa especialidade que uma mãe fez uma comovente declaração de amor. Ela se mostrou por inteiro, numa demonstração de carinho e razão para com os seus. E cantou. Cantou, primeiramente, suavemente. Depois, afinadamente – puxada pelo violão do seresteiro da noite –, cantou alto e forte. De sua garganta, como num grito de liberdade, a palavra “vitória” foi traduzida como sendo de gosto sabor de mel. E como que encantada e/ou em transe, contagiou a todos. E todos cantaram, fazendo em coro o hino evangélico de Damares.
Em dois momentos distintos, as alunas da turma de fisioterapia da UnP fizeram o que elas chamaram de “momento relax”: a massagem corporal e, depois,
o que elas denominaram de “momento beleza”: a limpeza de pele.
Foto gentilmente cedida pela assessoria do CREE-MOS |
Eliseuda, Teresa, Rina e Vanda |
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