Foi realizada, hoje, dia 29/11, no auditório da 12ª DIRED, o encontro com os gestores das escolas públicas estaduais da circunscrição.
A professora Magali Delfino, diretora da 12ª DIRED, recebeu a todos e fez o discurso de abertura do evento, destacando o que de positivo aconteceu, até agora, na sua administração e o que ainda falta ser feito para que o caminho entre o órgão gestor e as escolas esteja completamente nivelado e sem interrupções em sua comunicação.
“Sei que as coisas da educação caminham lentamente; porém, eu não tenho tanta paciência para os passos curtos que ela dá. Por isso, eu costumo agir com a pressa necessária ao meu pensar empreendedor e com as passadas de um atleta dos 100 metros rasos”.
Em seguida, a vice-diretora da 12ª DIRED, Sueleide Ferreira, fez uma reflexão em cima de um texto de Guardjef.
A pauta do encontro foi extensa e começou com o lançamento da matrícula antecipada para pessoas com deficiência.
A palavra, então, foi dada a Vanda Maria de Melo, coordenadora do NEE (Necessidades Educativas Especiais), pela 12ª DIRED, que fez um retrospecto do lançamento da matrícula antecipada em Natal e do envolvimento das autoridades vinculadas à Educação do Estado do Rio Grande do Norte.
A coordenadora lembrou que a matrícula antecipada, direcionada às pessoas com deficiência, é para que elas, que nunca estiveram em uma unidade de ensino, sejam recebidas com as condições necessárias para que elas se sintam bem acolhidas e livres dos empecilhos que ainda bloqueiam o acesso desses alunos ao ensino curricular regular.
“Essa antecipação é para que sejam providenciadas, se necessárias, as melhores condições de acessibilidade ao aluno, observando sempre as necessidades de cada um deles”.
A coordenadora também ressaltou a importância de organizar as turmas de acordo com as normas do Conselho Estadual de Educação – CEE/RN, assim como solicitar – sempre que for preciso – o assessoramento da equipe da SUESP (Sub-Coordenadoria de Educação Especial), que dará apoio ao aluno e, também, aos familiares, se assim se fizer necessário.
“A escola pode solicitar à SUESP material didático adequado e necessário ao aluno com deficiência. Pode, também, solicitar material didático específico para aluno cego ou com baixa visão”.
A coordenadora informou, ainda, que todo o apoio será dado pela SUESP (se solicitada), inclusive, apoio pedagógico para o aluno surdo, bem como instrutor e intérprete de LIBRAS.
Em seguida, a coordenadora entregou, a cada um dos gestores presentes, os folders e folhetos explicativos, terminando a sua fala com uma mensagem da diretora da 12ª DIRED:
“A professora Magali Delfino solicitou, com urgência, a vinda de alguns equipamentos para garantir a permanência e o conforto desses alunos dentro das unidades de ensino da circunscrição”.
Alguns banners...
CAS - Centro Estadual de Capacitação de Educadores e Atendimento ao Surdo
E.E. Antonio de Souza Machado
E.E. Ambulatório Padre Deon
E.E. Professor José Nogueira
E.E. Jerônimo Vingt Rosado Maia - CAIC
Escolas Estaduais Antonio Gomes e CAIC Carnaubal
E.E. Ambulatório Pereira Lima e o Centro Regional de Educação Especial de Mossoró
Ao retomar a palavra, a professora Magali Delfino fez questão de ratificar o que a sua coordenadora acabara de dizer:
“Somos nós que devemos garantir o acesso do aluno com NEE em nossas unidades de ensino. Eles têm que se sentir confortáveis dentro dessas instituições, pois a sua permanência passa, primordialmente, pela adequação da escola às suas necessidades e não eles se adaptarem às necessidades existentes na escola”.
Como convidada especial, Benômia Rebouças, para falar sobre o deficiente físico. A sua palestra, apesar de curta, foi ouvida com muita atenção pelos educadores e técnicos presentes.
Ela, primeiramente, falou das dificuldades que o deficiente físico enfrenta, principalmente, na cidade de Mossoró; porém, destacou o avanço gradativo das medidas que foram implantadas para poder atender, com mais cidadania, os alunos que precisam de uma escola que se adapte às suas condições de NEE.
Depois, sempre falando com um otimismo ímpar, ela contou a sua trajetória de vida, as conquistas, as coisas mais comuns que ocorrem quando uma pessoa é deficiente física (inclusive, trouxe slides com caricaturas mostrando, de forma divertida, como é o comportamento de determinadas pessoas diante delas e como agem).
E completou:
“Toda mãe deseja que um filho nasça com saúde e perfeito. Eu nasci com Osteogenesis Imperfecta*. Infelizmente, a família nunca está preparada para receber uma criança com deficiência e, por isso mesmo, ela, ou rejeita ou superprotege. No meu caso, foi superproteção. Essa superproteção se deu devido, claro, ao meu problema. Eu era muito frágil e a minha mãe temia pela minha saúde e integridade física. Para vocês terem uma ideia, eu só consegui ir para a escola com 27 anos. Antes, na década de 80, eu tentei me matricular, mas fui rejeitada por várias delas, que alegavam falta de estrutura física e humana para me receber. A alternativa que encontrei foi a de assistir aula como ouvinte. Foi através disso que fui autorizada a frequentar a EJA (Educação de Jovens e Adultos), no Dom Costa e, em 1999, fiz o Ensino Médio. Para a faculdade, eu passei em primeiro lugar, em Pedagogia. Depois, a especialização em Direitos Humanos e, hoje, sou professora de Necessidades Especiais”.
* A Osteogenesis Imperfecta, conhecida como doença dos ossos de vidro, é uma doença de origem genética que provoca alterações na produção de colágeno. É detectada facilmente, manifesta-se através de um movimento brusco, tropeço, queda e outros acidentes, provocando a quebra dos ossos. Como se não bastasse, a quebra dos ossos traz uma terrível consequência: o encurvamento dos ossos longos como os da coluna, pernas e braços. Além do sintoma aparente da fratura, a doença pode se manifestar através da esclerótica azulada, dentes acinzentados, formato do rosto triangular, deficiência auditiva, dificuldade de locomoção, compressão do coração e pulmões (em casos graves), sudorese e fragilidade muscular.
Por fim, a coordenadora Vanda Melo solicitou aos gestores que divulgassem a matrícula antecipada aos pais com a convicção de que a escola já está preparada para recebê-los.
“Na época de Benômia, nós do Dom Costa, tivemos o cuidado de prepará-la para o ensino regular. Hoje, acredito, está mais fácil. Os recursos são outros e a mentalidade mudou muito. Hoje, o suporte que temos é infinitamente maior do que tínhamos no passado. Portanto, providenciem as melhores condições de acessibilidade para esse aluno e, se for o caso, adquiram o mobiliário, providenciem a confecção de órteses e de material pedagógico, sempre utilizando a tecnologia de baixo custo”.
A professora Magali retomou a palavra e falou um pouco sobre o calendário pós-greve, abrindo o debate para questionamentos e colocações, lembrando a importância de se cumprir o calendário planejado, sob pena, se assim não se fizer, de as aulas irem até o mês de março. “Inviável nas atuais circunstâncias”, aconselhou a diretora da 12ª DIRED. E o SENACEM (Seminário Nacional do Ensino Médio), que teve como tema: história, mobilização e perspectivas, foi a outra pauta da gestora.
“Infelizmente o SENACEM foi realizado em um momento impróprio. Por isso, a participação de nossos maiores interessados foi mínima. Apesar de as oficinas oferecerem ótimos especialistas, na área do Ensino Médio, a procura pelos minicursos não se deu na mesma expectativa que a organização desejava. Acreditamos que não houve uma boa comunicação. Contudo, no próximo seminário, esperamos que a presença de professores e, também, de alunos, seja maciça”.
Por último, falou a vice-diretora, Maria Augusta, sobre as orientações para o Ensino Fundamental, destacando a importância de se cumprir todo o cronograma preestabelecido nos encontros anteriores.
Foram ainda elencados os seguintes pontos:
• Período Letivo de 2012
• As novas gestões
• O período de transição
• O calendário para 2012
• Previsão para o início do ano letivo
• Informes em geral (Prova Brasil, PAFOR, PDE, EJA, etc.)
NOTA DA 12ª DIRED:
O jornal Gazeta do Oeste esteve no gabinete da professora Magali Delfino, diretora da 12ª DIRED, para entrevistá-la...
... sobre a Matrícula Antecipada para Pessoas com Deficiência.
A entrevista foi feita pela jornalista Monalisa Cardoso...
...a quem foram repassados os dados sobre o encontro.
A repórter também entrevistou a vice-diretora, Helena Maia...
... que complementou as informações já recebidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário