MARIA STELLA É DESTAQUE NA OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA

“... ser professor não é só ministrar aulas, repassar ou mediar conhecimentos, é, antes de mais nada, saber que tem nas mãos o produto mais valioso que a vida pode oferecer: o ser humano. E é esse ser em formação que deve ser “seduzido” – trazido para a sala de aula –, com maestria, para se evitar que ele seja enganado pela ilusão das novidades fora da instituição de ensino. E é uma tarefa árdua, desigual – que chega, muitas vezes, a ser quase impossível equilibrar essa luta –, principalmente, nos dias de hoje. Contudo, se for feita uma análise sobre a trajetória de um jovem adolescente veremos que, durante toda a sua breve vida, ela foi quase que totalmente voltada para a sua formação escolar e que o professor foi – e continua sendo – a pessoa mais influente em suas decisões e seus conceitos. Assim, se tivermos o compromisso com o amanhã de cada um deles, teremos condições de encaminhá-los para outras realidades e, com isso, dar-lhes a chance de, eles mesmos, mudarem os seus destinos e os dos seus” (trecho da crônica UM SER CHAMADO PROFESSOR do professor e jornalista Raimundo Antonio de Souza Lopes). 

Naquela tarde, depois que os portões da escola fecharam e a sirene apitou, avisando o início da prova da Olimpíada de Matemática, um jovem ainda permanecia nos corredores sem ter, portanto, adentrado a sua sala de prova. O fiscal de corredor prontamente se achegou ao jovem que permanecia de pé, com uma prancheta na mão e o olhar voltado para ela. Educadamente, o fiscal lhe deu boa tarde e perguntou-lhe o porquê de ele ainda não estar na sala, junto com os outros, começando a fazer a sua prova. Só então aquele jovem levantou os olhos de sua prancheta e, desculpando-se, disse: não sou aluno, sou professor. Estou aqui para conferir a relação dos meus alunos que estão fazendo a prova da Olimpíada. Se o senhor me permitir, eu gostaria de passar, de sala em sala – sem, no entanto interferir em seu andamento -, apenas em cada porta delas, para poder observar quem veio e quem deixou de vir. Estou com a minha relação aqui e, à medida em que eu os for vendo, vou fazendo um “ok” de lado. Posso? O fiscal não se conteve e disse: como posso negar-lhe o direito de continuar sendo o professor de seus alunos até mesmo aqui? E emendou: Professor, o senhor faz a diferença e, tenho certeza, a recompensa virá em seguida. O jovem professor agradeceu e começou a sua pesquisa – de porta em porta. Quando saía, o “ok”, ao lado do nome do aluno indicava que o mesmo estava presente. No final, apenas os nomes de pouquíssimos alunos estavam sem o gratificante “ok” dado pelo professor. Hoje, ao sair o resultado do OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas) três de seus alunos, que se encontravam naquela escola fazendo a prova, foram classificados nacionalmente. O nome do professor? Antonio Marques Barbosa.

Da esquerda para a direita: professor Antonio Marques e os alunos Jamisson, Jackson e Fábio 

O Blog da 12ª DIRED foi conversar com todos eles. Antes, uma foto com os três alunos classificados nacionalmente ao lado do seu professor...

Aqui, ao lado das duas gestoras (lado esquerdo: Socorro Oliveira; lado direito: Evanice Fernandes)

... e depois, na direção, ao lado das gestoras da instituição onde lecionam. 

 OS DEPOIMENTOS:

“Fiquei emocionado, principalmente por ser a primeira que participo. Essa classificação é a motivação de que preciso para poder, no ano que vem, melhorar ainda mais a minha classificação”, disse o aluno Jamisson Wilder Rocha de Maria – do 1º ano “C” vespertino.

“O professor antes das provas nos incentivou demais a fazer um trabalho para irmos nos condicionando as provas da OBMEP. Na verdade, eu fiz sem nenhuma pretensão de ir muito longe, mas o esforço de ter estudado e de ter um professor disponível para tirar as nossas dúvidas, agora me mostra o quanto valeu a pena”, falou o aluno Fábio Renan Vieira Duarte – do 2º “U” vespertino.

“Acho legal quando o professor participa e procura nos incentivar, mostrando que a prova não é bicho de sete cabeças. Na verdade, a participação do professor foi fundamental”, completou o aluno Jackson Carlos Sousa Batista – do 3º ano “B” vespertino. 

Por fim, o professor Antonio Marques Barbosa, professor de Matemática da Escola Estadual Professora Maria Stella Pinheiro Costa, que vai, também, ser premiado pelo seu empenho e dedicação, com uma placa e com uma assinatura anual da Revista do Professor de Matemática.

“O que eu tenho a dizer é que todo aluno tem capacidade e pode ser destaque em qualquer atividade de que ele participar. Ele só precisa ser motivado para isto. Na verdade, o que eu fiz foi aquilo que cada professor deve fazer: simulados, corrigir provas da primeira fase e o principal: incentivá-los! Antes das provas, tirar a ansiedade, mostrando-lhes que as questões são iguais para todos. A diferença consiste, primeiro, no conhecimento; segundo, na capacidade de concentração para ler bem as questões e, terceiro, autoconfiança". 

 NOTA DA 12ª DIRED: 

A professora Magali Delfino – diretora da 12ª DIRED – parabeniza os alunos Jamisson Wilder, Fábio Renan e Jackson Carlos pelo brilhantismo de suas participações e, consequentemente, pelas classificações, em nível nacional, na Olimpíada de Matemática. Ao professor de Matemática, Antonio Marques, a professora agradece o empenho e a dedicação, aproveitando para dizer que atitudes como as demonstradas revelam o compromisso e a vocação que o professor tem para com os seus alunos e para com o futuro da educação em nosso estado e país. A professora Magali Delfino cumprimenta o corpo gestor da escola, cuja administração vem se sobressaindo e revelando talentos em todas às áreas do conhecimento.