Subindo a serra que dá acesso ao município da Serra do Mel, os professores Raimundo Antonio, Teresa Cristina e Antônia Farias levavam na bagagem – enquanto o carro corria pela noite adentro – as últimas notícias sobre a fase final do programa. Com eles, a estagiária de Pedagogia, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, cujo TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) é sobre a Pedagogia da Alternância.
Já na vila Rio Grande
do Norte, os professores receberam os alunos vindos das vilas Caravela, Ceará e
Paraíba, todos motivados, finalmente, pela implantação dos dois projetos
voltados para a Economia Solidária.
Quando todos se
sentiram recepcionados, os professores apresentaram a estagiária Priscila e
esta falou sobre a sua pesquisa de final de curso de graduação.
Os professores
iniciaram as atividades com uma dinâmica sobre a importância de se ver
coletivamente e de como o ser precisa estar em comunhão com o seu próximo. A
dinâmica consistia em colocar uma das mãos para trás e, na outra – esticada para
frente – segurar um pirulito. Desta forma, cada um deveria abrir o invólucro, sem
ter que usar a outra mão, e sem recolher a mão esticada. A dinâmica funcionou,
pois cada um procurou o companheiro do lado para que este os auxiliasse na retirada
do papel que encobria o pirulito. A dinâmica foi finalizada com a reflexão de
todos.
Logo após a dinâmica, o
professor Raimundo Antonio usou da palavra para falar sobre os dois projetos de
hortifrutigranjeiro que está sendo implantado nas vilas Ceará e Paraíba.
Em seguida, foram mostrados, para todos, os esboços dos
projetos que serão implantados nas vilas Ceará e Paraíba...
Dando continuidade à
aula, a professora Teresa Cristina apresentou os slides sobre “A Economia
Solidária”, reforçando a necessidade de um trabalho conjunto, organizado e que, distribuído entre todos, valorize o ser humano.
Depois do jantar, os alunos voltaram e
foram desenvolver, em grupos, as reflexões colocadas como perguntas para cada
grupo...
NOTA
DA 12ª DIRED:
1 - Economia solidária é uma forma de produção, consumo e distribuição de
riqueza (economia) centrada na valorização do ser humano e não do capital. Tem
base associativista e cooperativista, e é voltada para a produção, consumo e
comercialização de bens e serviços de modo autogerido, tendo como finalidade a
reprodução ampliada da vida.
"A economia solidária é uma alternativa inovadora na
geração de trabalho e na inclusão social, na forma de uma corrente do bem que
integra quem produz, quem vende, quem troca e quem compra. Seus princípios são
autogestão, democracia, solidariedade, cooperação, respeito à natureza,
comércio justo e consumo solidário."
A economia solidária preconiza o entendimento do trabalho
como um meio de libertação humana dentro de um processo de democratização
econômica, criando uma alternativa à dimensão alienante e assalariada das
relações do trabalho capitalista.
Além disso, a Economia Solidária possui uma finalidade
multidimensional, isto é, envolve a dimensão social, econômica, política,
ecológica e cultural. Isto porque, além da visão econômica de geração de
trabalho e renda, as experiências de Economia Solidária se projetam no espaço
público, no qual estão inseridas, tendo como perspectiva a construção de um
ambiente socialmente justo e sustentável; vale ressaltar: a Economia Solidária
não se confunde com o chamado "Terceiro Setor" que substitui o Estado
nas suas obrigações legais e inibe a emancipação de trabalhadoras e
trabalhadores, enquanto sujeitos protagonistas de direitos. A Economia
Solidária reafirma, assim, a emergência de atores sociais, ou seja, a
emancipação de trabalhadoras e trabalhadores como sujeitos históricos.
2 – Pedagogia da
Alternância: A vida no campo também
ensina. Esse é o preceito básico da Pedagogia de Alternância, proposta usada em
áreas rurais para mesclar períodos em regime de internato na escola com outros
em casa. Por 30 anos, a receita foi aplicada no Brasil por associações
comunitárias sem o reconhecimento oficial. Agora, o Ministério da Educação
(MEC) não apenas aceitou a Alternância como também quer vê-la ainda mais
disseminada.
A metodologia foi criada por camponeses da França em
1935. A intenção era evitar que os filhos gastassem a maior parte do dia no
caminho de ida e volta para a escola ou que tivessem de ser enviados de vez
para morar em centros urbanos. No Brasil, a iniciativa chegou com uma missão
jesuíta, no Espírito Santo, em 1969. Logo se espalhou por 20 estados, em áreas
onde o transporte escolar é difícil e a maioria dos pais trabalha no campo. Os
alunos têm as disciplinas regulares do currículo do Ensino Fundamental e do
Médio, além de outras voltadas à agropecuária. Quando retornam para casa, devem
desenvolver projetos e aplicar as técnicas que aprenderam em hortas, pomares e
criações.
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