sábado, 25 de outubro de 2014

SABERES DA TERRA DA SERRA: ECONOMIA SOLIDÁRIA NA PRÁTICA

Subindo a serra que dá acesso ao município da Serra do Mel, os professores Raimundo Antonio, Teresa Cristina e Antônia Farias levavam na bagagem – enquanto o carro corria pela noite adentro – as últimas notícias sobre a fase final do programa. Com eles, a estagiária de Pedagogia, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, cujo TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) é sobre a Pedagogia da Alternância.


Já na vila Rio Grande do Norte, os professores receberam os alunos vindos das vilas Caravela, Ceará e Paraíba, todos motivados, finalmente, pela implantação dos dois projetos voltados para a Economia Solidária.

Quando todos se sentiram recepcionados, os professores apresentaram a estagiária Priscila e esta falou sobre a sua pesquisa de final de curso de graduação.



Os professores iniciaram as atividades com uma dinâmica sobre a importância de se ver coletivamente e de como o ser precisa estar em comunhão com o seu próximo. A dinâmica consistia em colocar uma das mãos para trás e, na outra – esticada para frente – segurar um pirulito. Desta forma, cada um deveria abrir o invólucro, sem ter que usar a outra mão, e sem recolher a mão esticada. A dinâmica funcionou, pois cada um procurou o companheiro do lado para que este os auxiliasse na retirada do papel que encobria o pirulito. A dinâmica foi finalizada com a reflexão de todos.





Logo após a dinâmica, o professor Raimundo Antonio usou da palavra para falar sobre os dois projetos de hortifrutigranjeiro que está sendo implantado nas vilas Ceará e Paraíba.


Em seguida, foram mostrados, para todos, os esboços dos projetos que serão implantados nas vilas Ceará e Paraíba...



Dando continuidade à aula, a professora Teresa Cristina apresentou os slides sobre “A Economia Solidária”, reforçando a necessidade de um trabalho conjunto, organizado e que, distribuído entre todos, valorize o ser humano.



Depois do jantar, os alunos voltaram e foram desenvolver, em grupos, as reflexões colocadas como perguntas para cada grupo...




NOTA DA 12ª DIRED:

1 - Economia solidária é uma forma de produção, consumo e distribuição de riqueza (economia) centrada na valorização do ser humano e não do capital. Tem base associativista e cooperativista, e é voltada para a produção, consumo e comercialização de bens e serviços de modo autogerido, tendo como finalidade a reprodução ampliada da vida.
"A economia solidária é uma alternativa inovadora na geração de trabalho e na inclusão social, na forma de uma corrente do bem que integra quem produz, quem vende, quem troca e quem compra. Seus princípios são autogestão, democracia, solidariedade, cooperação, respeito à natureza, comércio justo e consumo solidário."
A economia solidária preconiza o entendimento do trabalho como um meio de libertação humana dentro de um processo de democratização econômica, criando uma alternativa à dimensão alienante e assalariada das relações do trabalho capitalista.
Além disso, a Economia Solidária possui uma finalidade multidimensional, isto é, envolve a dimensão social, econômica, política, ecológica e cultural. Isto porque, além da visão econômica de geração de trabalho e renda, as experiências de Economia Solidária se projetam no espaço público, no qual estão inseridas, tendo como perspectiva a construção de um ambiente socialmente justo e sustentável; vale ressaltar: a Economia Solidária não se confunde com o chamado "Terceiro Setor" que substitui o Estado nas suas obrigações legais e inibe a emancipação de trabalhadoras e trabalhadores, enquanto sujeitos protagonistas de direitos. A Economia Solidária reafirma, assim, a emergência de atores sociais, ou seja, a emancipação de trabalhadoras e trabalhadores como sujeitos históricos.

2 – Pedagogia da Alternância: A vida no campo também ensina. Esse é o preceito básico da Pedagogia de Alternância, proposta usada em áreas rurais para mesclar períodos em regime de internato na escola com outros em casa. Por 30 anos, a receita foi aplicada no Brasil por associações comunitárias sem o reconhecimento oficial. Agora, o Ministério da Educação (MEC) não apenas aceitou a Alternância como também quer vê-la ainda mais disseminada. 

A metodologia foi criada por camponeses da França em 1935. A intenção era evitar que os filhos gastassem a maior parte do dia no caminho de ida e volta para a escola ou que tivessem de ser enviados de vez para morar em centros urbanos. No Brasil, a iniciativa chegou com uma missão jesuíta, no Espírito Santo, em 1969. Logo se espalhou por 20 estados, em áreas onde o transporte escolar é difícil e a maioria dos pais trabalha no campo. Os alunos têm as disciplinas regulares do currículo do Ensino Fundamental e do Médio, além de outras voltadas à agropecuária. Quando retornam para casa, devem desenvolver projetos e aplicar as técnicas que aprenderam em hortas, pomares e criações.

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